segunda-feira, abril 03, 2006

Uma observação

Andei vasculhando meus arquivos pessoais à procura de algo interessante e que, por alguma eventualidade, ainda não haviam sido postados, mas nenhum daqueles rabiscos em folhas avulsas foram negligenciados, todos já haviam sido devidamente expostos nesse blog. Mal sinal. Sinal negativo, sinal de alerta. Sinal vermelho dizendo que eu tenho que parar um pouco, que não ando tendo tempo para mim mesma como deveria, sinal que muitas novidades ficaram antigas por falta de renovação de estímulos, sinal que minha vida está correndo num sentido não desejado. Sinal de que eu preciso me olhar mais na frente do espelho e voltar a fazer coisas que me agradam, e estão adormecidas, coisas simples como andar na praia no final da tarde, sentar e ver o mar e escrever alguma coisa sobre mim mesma ou aleatoriamente, ou ainda entrar em uma livraria e ficar folheando aqueles meus eternos objetos de desejo.
Ao contrário do que alguém pode pensar minha vida não se tornou um marasmo completo, tantas coisas aconteceram, muitas boas, muitas boas, muitas sem tempero algum, o que faltou foi a minha câmera memorial ter tido coragem de transmití-las para o papel. Faltou aquele detalhezinho instigante de sempre, aquela aguçada nas veias, aquele brilho nos olhos, só isso.
Não quero que esse blog tenha como destino o vazio, o abismo solitário e escuro. Gosto de escrever, é minha terapia. Por isso me permiti um belo puxão de orelha por deixá-lo tão à mingua e espero ter aprendido a lição, pois sem ele funcionando eu me sinto incompleta, isolada demais para tentar me compreender.