MiscelÃ¢neas â lÃ¡grimas, sorrisos e plavras tortas

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

De mim para mim

Para o meu lado vida, romance;
Para o meu lado alegre, risada;
Para o meu lado triste, música;
Para o meu lado solidário, colo;
Para o meu lado invejoso, sal grosso;
Para o meu lado frágil, muletas
Para o meu lado forte, o mundo;
Para o meu lado leal, um(a) amigo(a);
Para o meu lado incerto, certezas;
Para o meu lado erudito, um livro;
Para o meu lado curioso, novidade;
Para o meu lado afável, carinho;
Para o meu lado arrogante, indiferença;
Para o meu lado musical, um ouvinte;
Para o meu lado companheiro, ombro;
Para o meu lado indecente, imoralidades;
Para o meu lado sapeca, uma trela;
Para o meu lado menina, uma casinha de boneca;
Para o meu lado flor, um jardim;
Para o meu lado corajoso, perigo;
Para o meu lado covarde, coragem;
Para o meu lado amigo, mais amigos;
Para o meu lado gata, rua;
Para o meu lado preguiçoso, cama;
Para o meu lado irresponsável, responsabilidade;
Para o meu lado compulsivo, cartão de crédito;
Para o meu lado imediatista, o agora;
Para o meu lado sonhador, travesseiro;
Para o meu lado criativo, uma idéia;
Para o meu lado romântico, a lua;
Para o meu lado teatral, platéia;
Para o meu lado atriz, um palco;
Para o meu lado homem, sensibilidade;
Para o meu lado fútil, algo útil;
Para o meu lado mulherzinha, maquiagem;
Para o meu lado futuro, esperança;
Para o meu lado passado, nostalgia;
Para o meu lado presente, o presente;
Para o melhor do meu lado A, amor;
Para o pior do meu lado B...

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Só uma oração de arrependimento

Mais uma vez a onça petulante me toma de assalto no momento em que estou desprevenida, e como não sou Peri não sei como vencê-la nesse duelo de vaidades.
Pensei que tivesse superado os antigos sentimentos que me angustiavam há algum tempo, mas dei por mim com eles na minha frente e então percebi que eles sempre estiveram por lá, adormecidos, esperando meu sinal involuntário para roubar o bom senso, meu dia e tudo o mais que me rodeia. É engano meu tentar fingir que não os percebo, eles são visíveis, concretos, precisos.
Tudo é ilusão, eu penso que sou forte o suficiente para dar conta dos reveses da vida sozinha, mas basta a faísca de uma imagem qualquer para atear fogo em tudo dentro de mim. Não adianta juras como aquelas últimas em que afirmava que colocaria meu orgulho de lado quando a saudade assim o exigisse, que não desejaria aquilo que não me cabe possuir. Mas eu ainda não aprendi a ser duas, eu só sei ser eu mesma com todas as confusões e carências que me prendem e com algumas poucas variações aqui e ali, nada que se possa realmente considerar.
E eu não consigo me libertar de muitas coisas que me atormentam a mente todas as noites, aquela sensação de vazio de vez em quando ainda vem me tirar um pouco o sono. São tantas as coisas que eu sinto não ter por perto, são tantas as ausências que eu finjo não fazer falta, mas elas sempre me dão uma rasteira. Rasteira de quem sabe que não será enganada por nenhuma principiante. Rasteira dos sentimentos escondidos, como aquele cheiro de presença até há algum tempo tão constante, ou aquela alegria que compartilhávamos, ou aquelas confidências indecentes que inocentemente confidenciávamos. É, na verdade, um livro cheio de ausências que não se supriram nem mesmo com as novidades do presente. E toda essa falta lateja em contrapartida com aquilo que eu queria inventar para ser feliz, ou talvez só para parecer um pouco mais altiva.
Eu tento sempre ser uma pessoa melhor, mas deixo de fazer minhas lições de casa, então sou sempre reprovada. Mas, Senhor, o Senhor sabe que eu não sou uma menina tão má assim.
Eu só queria um pouquinho mais da vida que me falta, só mais um pouquinho, menos de meia taça, só algumas gotas de possibilidade e certezas. Qualquer coisa que me faça mais forte e segura e me livre de mim mesma, dos meus anseios. Algo que não envergue minha coluna só com uma brisa.
É só isso que eu queria; precisar menos, sofrer menos ou em doses palatáveis. Eu só queria olhar ao redor e não ter pena de mim mesma, ou sentir inveja as escondidas, ou querer um pouco daquela glória que não foi destinada para mim.
É Senhor, na verdade eu acho que sou mesmo a menina má dos romances e por isso eu não mereça aquilo que me ofereces de bom e eu não sei agradecer. Por isso é que eu continuo a olhar tudo sempre do lado de fora da roda, até aprender que certas coisas não podemos esconder de nós mesmos.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Nada para entender

E só porque a vida é o cenário de uma deliciosa ilusão eu subo em seu palco e arrisco me jogar e encenar sempre um novo romance, sem nem mesmo precisar saber se há terra firme em algum lugar lá em baixo, ou se as cortinas estarão fechadas e as luzes apagadas, ou se terei pelo menos um espectador para aplaudir meu tombo e dar risada dele.

Um pouco sobre mim? Hum... NÃ£o saberia me definir. HÃ¡ muito me pergunto quem eu sou, entretanto Ã© uma pergunta complexa demais para ser esclarecida em poucas linhas tortas. Mas devido a necessidade colacarei aqui somente alguns gostos, pouca coisa, somente aquelas em que eu nÃ£o consigo viver sem. Sou mÃºsica, muita mÃºsica, uma verdadeira viciada naquelas notinhas sonoras que emergem de instrumentos inanimados. Sou chocolate, branco, preto, recheado, sem recheio, com frutas, com flocos, amargos ou dietÃ©ticos. Sou livros clÃ¡ssicos - Machado, Clarice, Drummond, GuimarÃ£es, Dante, Cervantes. Mas tambÃ©m sou recente - Capote, Mia, Cony e pela estrada fora. Gosto de chuva, gosto de sentir aqueles pingos gelados tocando minha carne, mas curiosamente nÃ£o gosto de molhar meus cabelos, nem meus pÃ©s. Algo praticamente impossÃvel. Gosto de cinema, jÃ¡ pensei em ser atriz (ah! os sonhos da adolescÃªncia!). Gosto de literatura, gosto de estudar as teorias literÃ¡rias, entretanto meu lirismo poÃ©tico Ã© praticamente inexistente. NÃ£o levanto bandeira para nada, mas apoio o amor em todas as suas vertentes.

Uma frase: Eu nasci pra ser feliz!!!