quarta-feira, junho 28, 2006

Sem brilho, sem fogo, sem ânimo, sem apetite, sem prosa ou verso. Sem desejo, nem vontade de contar o que explode dentro de mim. Por enquanto este é o período das frases curtas, sem vida, só isso!
Tudo é tédio, mas mesmo ele é passageiro.

sexta-feira, junho 09, 2006

Desilusões

"Olhos nos olhos, quero ver o que você faz, ao sentir que sem você eu passo bem demais".
Isso seria perfeito, se isso não fosse para mim mesma.

quinta-feira, junho 01, 2006

Enganos


Sorry
O tempo passa e aquilo que guardamos com tanto apreço vai se apagando da memória feito fumaça. Antes você era a minha companhia de todas as noites, aquele que me agradava só pela lembrança, aquele que me fazia gargalhar das coisas mais inusitadas. Antes você era a parte boa do meu universo não tão bem estruturado, não era um mero integrante do meu imaginário, você era a minha imaginação e eu fazia força para continuar a ter você sempre dessa maneira.
Hoje você é alguém que passa ao meu lado e eu simplesmente sussurro um "olá" quase imperceptível. Nada é como antes, não te procuro mais feito uma louca, não tenho mais medo de te perder, de me sonegar um instante qualquer ao seu lado, não revivo mais cenas de nós dois, não procuro mais me concentrar em seus movimentos, nem na sua voz.
Tudo porque você não foi meu durante algum tempo, que nem mesma sei precisar quanto durou, mas só isso bastou para mudar a sensação de dependência emocional que eu nutria por você.
Como pode isso? Como pode alguém estar tão dentro de você e num segundo mais tarde não existir nenhuma sobra daquele inquilino? Como pode nosso coração dar um giro de 180 graus, voltar ao ponto de partida e começar tudo de novo, sem nem se importar com o que ficou pelo caminho. Como pode a gente querer tão absurdamente trilhar numa direção, passar por um sem números de limites, se quebrar pelo meio da estrada várias vezes, achar que nunca chegaria, chorar, se descabelar, querer fazer parte de alguma coisa, por minúscula que seja e então, quando estamos prestes a bater na porta do nosso tão obstinado objeto de felicidade e satisfação, dar meia-volta sem dizer nada que preste e seguir um outro caminho, deixando tudo suspenso, trocando a certeza pela busca de um outro trajeto; incerto, perigoso, sem atalhos e cheio de abismo.
Não sei o que deu em mim para tomar uma atitude tão grotesca, não sei o que houve aqui dentro que me fizesse te olhar e dizer que não preciso mais de você, nem da sua presença, nem da sua voz, nem de nada de você, tudo é página virada, mesmo com o texto sem o ponto final no lugar correto.
Não era você, ou foi um pouco, mas já passou mesmo assim. Não era essa a minha trilha, não era isso que eu buscava, mas só pude perceber quando cruzei a linha de chegada. Minhas ações podem não ser as melhores, nem as mais acertadas, mas eu não gozo com masturbação verbal, eu preciso de mais, de algo que eu ainda não encontrei e erroneamente pensei que pudesse existir em você. Só que não estava lá; me perdoe, meu bem, pelo meu juízo precipitado, que fez com que eu me agarrasse a você por alguns instantes da vida, como aqueles que buscam a salvação, e depois te fazer ficar paralisado com a minha recusa de última hora, mas aquele "não era você" foi o máximo que eu consegui soletrar, me desculpe, mas não deu!